30/03/2011

AO VOLANTE do Citroen Ax GTi ex-troféu

:: Aproveitando o evento dos GENTLEMAN DRIVERS – CHANGING GEARS no circuito Vasco Sameiro, o meu amigo José Mota Freitas disponibilizou-me a sua última aquisição; um Citroën AX ex-troféu. E foi então com muita emoção que, com as luvas e o capacete dele, fui para a pista. Uma pista que conheço bem por fora, pelas minhas várias incursões fotográficas para esta revista, mas que se torna muito mais séria quando a percorremos dentro de um carro de competição, amarrados à sua estrutura e onde a única coisa que conseguimos mexer são os braços e os olhos! :: Uns minutos antes tinha saído do paddock e dirigi-me para o sinal vermelho que ainda nos barrava a entrada no circuito, no final das boxes. Em pista estavam os “novos” Formulas Ford dos anos 70 e 80 que se preparam para o seu troféu “Single Seaters”. E parado à minha frente, um dos carros de turismo mais excitantes que me lembro de ver (e ouvir), o Alfa Romeo GTV6 ex-Rufino Fontes, aqui com o seu novo dono ao volante, o nosso amigo Paulo Porto. E ao ver este carro à minha frente, ao lembrar-me das provas nos anos 80 e 90 que nos enchiam a imaginação adolescente, não pude deixar de recriar o que este carro, que agora me envolve, já passou... :: Para os que ainda não sabem, este pequeno AX Gti (#XC-05-05) é um modelo de 1991, tem 4 cilindros em linha, 1360,5cc e pesa 700 kg. Foi comprado novo pelo piloto Mário Silva que fez o troféu AX em 1991 (3º), 1992 (1º), 1993 (2º) e 1994 (novamente campeão). No ano seguinte, 1995, é o seu companheiro na equipa Filinto Mota que o conduz, ficando em 2º. Ou seja, participou em 38 provas do troféu AX Gti entre 1991 e 1995 conquistando 14 vitórias e 26 pódiums! :: Sinto um misto de respeito e vaidade quando finalmente o sinal fica verde e me lanço para o traçado do Vasco Sameiro. Logo na recta ultrapasso o Alfa, com o motor ainda em evolução, mas na primeira curva sou logo ultrapassado por fora pelo J. Guimarães no seu Volvo. Que diferença entre pilotar e conduzir... Nesta altura percebo que sou seguido por uma vintena de veículos de competição, todas com muita vontade de acelerar rapidamente. Olhos nos retrovisores, mais que na pista e eles passam-me por todos os lados. Sinto um pouco de Le Mans nesta volta, ao imaginar os pilotos dos pequenos GT a serem ultrapassados pelos velozes protótipos. :: Mas nem todos conseguem andar a direito; um bonito Lancia Delta Martini ex-Auriol passa por mim e duas curvas mais à frente vai para a relva, o seu local de eleição com certeza. Ao entrar na recta da meta sou ultrapassado (isto começa a ser um hábito) por um Escort MK I de rali, que faz a curva num “slide” espectacular – parece mesmo um filme em slow motion. E no final da recta, bandeiras amarelas! Entro devagar pelo meio da pista e do lado de fora está mais um VW a “olhar para nós” depois de um pião. Nesta última volta entro já um pouco depressa nos esses e tenho que travar mais forte, a trajectória não é a melhor, mas como estou sózinho não atrapalho ninguém. Decido então entrar nas boxes, estas 4 voltas são suficientes para sentir o carro mais vitorioso do troféu e evitar que ganhe confiança com ele (para não cometer disparates). Obrigado Mota Freitas, estou satisfeito.

1 comentário:

F. Soares disse...

Que belo relato... e que dor de cotovelo tenho neste momento!!!!

Abraço, Amigo.