20/01/2012

:: JAGUAR E LIGHTWEIGHT 1 ::


Um pouco inesperadamente, o meu “velho” Jaguar E-type da SCX recebeu nestes primeiros dias de 2012 a companhia de um irmão.


Trata-se de uma versão de competição, aligeirada e mais potente, destinado às provas de GT e Sport nos inícios dos anos 60. O modelo #08359 da marca Revell/Monogram que o lançou em 2004 na colecção “GT de Le Mans”, foi adquirido em segunda mão, mas apresenta-se imaculado.



De realçar as belas jantes Dunlop, o pára-vento saliente no capot, a tampa do depósito recortada na mala, os escapes salientes lateralmente – com ferrugem! – e um interior completo com piloto e instrumentos de condução detalhados. Além disto, a pintura cinza dá a ideia perfeita de uma carroçaria em alumínio, onde não faltam os rebites...

:: JAGUAR E LIGHTWEIGHT 2 ::


Os dois modelos encontram-se pela primeira vez no exterior da oficina.





Nesta foto superior é possível comparar a silhueta do Jaguar E normal com a versão de competição Lightweight.



Aqui vemos a parte inferior dos modelos. O molde original da SCX dos anos 60 e o mais recente “Made in China” da Revell, com o motor colocado na parte dianteira.

:: JAGUAR E LIGHTWEIGHT 3 ::

No entanto, a história real deste modelo é muito interessante e não posso deixar de a contar.

Este Jaguar E (#S850662) foi construído totalmente em alumínio (lightweight), ou seja, uma célula central em folhas de alumínio rebitadas a um falso chassis que suporta um motor de 6 cilindros em linha de 3781cc com bloco XK e culassa também em alumínio. A carroçaria, também de alumínio, era do tipo roadster com hard-top em ... alumínio. No motor foi adoptada uma injecção Lucas e passou a debitar 345 cv. Com isto, este Jaguar pesava cerca de 975 Kg e tinha agora a possibilidade de lutar de igual contra os Ferrari 250 GTO, os Aston Martin DB4 GT Zagato ou os Shelby Cobra.


A 3 de Maio de 1963, este modelo foi vendido novo a Peter Lindner, filho do importador da Jaguar para a Alemanha, que imediatamente começou a competir com ele. Co-pilotado por Peter Nocker, participaram nos 1000km de Nurburgring e lideravam na primeira volta – no circuito grande, com 22,8km – à frente dos protótipos Ferrari 250P e Porsche 718, até o motor avariar. Algum tempo depois, neste mesmo circuito conseguiram vencer duas provas de turismo, incluíndo as 12h do Nurburgring e posteriormente outras provas em Avus e Innsbruck.


Para preparar a época de 64, o Jaguar voltou à fábrica onde o hard-top foi retirado e colocado um tejadilho e uma secção traseira inspirado no modelo “Low Drag Coupé #EC1001”. Com esta transformação, este Jaguar E seria o Lightweight mais rápido de entre os 12 modelos construídos. De volta às pistas, coleccionou algumas desistências – Nurburgring e Zolder – mas em Junho, P. Lindner / P. Nocker levaram-no até Le Mans. A nova secção traseira funcionou muito bem na longa recta da pista francesa e permitiu-lhes uma volta em 4’05’’9 (23º tempo dos treinos). Sempre rápido durante a prova, o Jaguar teve que parar durante 3h nas boxes quando o motor começou a aquecer demasiado a meio da prova. Enquanto mudavam a junta da culassa e um semi-eixo, nas boxes desprotegidas da época, o Jaguar foi atingido violentamente por restos de metal de um Ferrari 250 GTO que explodiu ao passar por ele! Com isto, foi necessário reparar a carroçaria e inclusivé mudar o depósito de combustível. Regressando à pista, o belo Jaguar voltaria a parar às 7h30 da manhã, agora definitivamente, com a temperatura da àgua novamente nos 110º!



O Jaguar voltaria a entrar numa prova do Campeonato Mundial de Marcas (aberto aos GT da divisão 3 e aos protótipos) em 11 de Outubro de 1964 para os 1000km de Paris, disputados no circuito de Montlhéry. Após 4h de corrida, Peter Lindner está em 6º lugar e aproxima-se das boxes, saíndo muito rápido do anel de velocidade. Um pequeno Abarth-Simca 1300 Bialbero, conduzido pelo italiano Franco Patria, prepara-se para voltar à pista mas nesse instante é brutalmente abalroado pelo Jaguar. Devido a acquaplanning, Lindner não conseguiu controlar o Jaguar e embateu no Abarth, matando o piloto italiano e mais três comissários de boxe. O próprio Lindner viria a falecer algumas horas mais tarde no hospital. Os restos do Jaguar ficaram vários anos guardados numa garagem do circuito, enquanto decorria um inquérito judicial. Mais tarde, a amálgama de alumínio foi transferida para outra oficina mecânica até que em 1976 um incêndio na mesma obriga o seu proprietário a colocar o Jaguar ao relento, nas traseiras do seu terreno.



No início dos anos 80, e após a recusa de vários coleccionadores em recuperar o #S850662, a Lynx Engineering faz uma espécie de reconstrução do carro, usando várias peças originais resgatadas do acidente. O resto do Jaguar segue juntamente com este novo modelo, que esteve em exposição até 2007 no Museu Rosso Bianco. Em 2008, a empresa Classic Motor Cars adquire os dois modelos e faz agora a reconstrução fiel do Lightweight aproveitando 90% do material original deste! Demorando 3 anos e mais de 5.000h de trabalho, o Jaguar E de Peter Lindner foi visto pela primeira vez em 2011 durante o Concorso d’Eleganza Villa d’Este. Neste início de 2012, recebeu o prémio para o melhor restauro mundial em 2011.

18/01/2012

:: GENTLEMAN DRIVERS 2012 ::


Se o Andy fosse vivo e gostasse de Porsche, se calhar estava a fazer coisas destas.


Já estamos a preparar a edição deste ano dos Gentleman Drivers.
Em Braga, a 10 de Março.



O modelo escolhido para este ano foi um Porsche 911 RSR 2.8 do Kremer Racing de 1973/4.

:: SAXO KIT CAR ::



Esta decoração que fiz para o Saxo Kit Car do Jorge Santos, continua activa.





Desta vez descobri que o piloto francês Pierre-Edouard Roussat, que também corre com um Citroen Saxo Kit Car no campeonato francês da 2ª divisão, resolveu decorar o seu carro com o mesmo esquema em 2011.

: )



09/01/2012

:: TOYOTA CELICA TURBO ::


A recente reportagem das viaturas que Juha Kankunen possui e que vem relatada na última Motor Clássico fez-me voltar atrás no tempo.


Ao ler este artigo lembrei-me dos tempos que eu tinha a pista de rali-slot na garagem dos meus pais e aí passava imenso tempo.



Os meus slot da altura eram os Jouef, mas como não havia carros recentes (eram todos das décadas de 60/70), lembrei-me de começar a fabricar as carroçarias em cartolina dos carros de rali que gostava.



Uma delas foi precisamente o Toyota Celica TA 64 Turbo. A minha criação data de Agosto de 83, portanto é um modelo anterior ao do KKK, que é de 1985. Mas curti imenso com ele!